Comecei capoeira aos 15 anos de idade, em 1963. Meu primeiro Professor foi o Boca, um baiano da Ilha de Maré; os treinos eram no aterro do Flamengo. Boca me levou ao Teatro Jovem em Botafogo, onde segundo ele, haviam uns play boys que treinavam capoeira. Cheguei com meu berimbau e fui logo convidado a entrar. Um grupo de jovens, treinava ao som de um disco de vinil, com cantigas de Mestre Bimba. Ninguém tocava berimbaus e foi desta forma que comecei a participar daqueles treinos. No ano seguinte, 1964 fui à Brasília onde morava meu irmão. Em visita a uma Academia de Judô, comentei com o Mestre que eu era carateca e que treinava com o Mestre Tanaka. Imediatamente ele me apresentou a um dos seus alunos que também havia treinado com o Tanaka; era o Claudio, hoje chamado de Claudio Danadinho. Trocamos algumas palavras, até que falei na capoeira. Por coincidência ele também treinava capoeira. Marcamos um treino no dia seguinte, onde conheci o Hélio Tabosa. Trocamos conhecimentos e ficamos amigos. Claudio pegou meu telefone e no verão de 64 veio ao Rio de Janeiro em férias escolares. Nos encontramos algumas vezes e no dia de sua partida ele levou à minha casa seu aluno particular, o Marcelo, me pedindo que continuasse com os treinamentos pois ele era muito habilidoso.
Treinamos várias vezes no pátio do meu prédio, na época no bairro da Lapa. Meu Professor, Boca, gostava muito do jeito do Marcelo, achava que ele seria um bom capoeirista. Nosso pequeno grupo mudou de endereço algumas vezes mas também treinávamos no terraço do prédio do Rafael. Onde eu ia, levava o Marcelo. Finalmente mudamos para o Cosme Velho onde um amigo, o Helinho, nos emprestou um pequeno espaço que era um salão de festas. Naquela época, éramos ansiosos por apelidos, queríamos ser conhecidos com algum apelido de capoeira e foi assim que apelidei o Marcelo de Peixinho.
Claudio voltou ao Rio de Janeiro e me pediu o endereço do Cosme Velho pois sabia que fazíamos uma roda todos os sábados. Chegou primeiro do que eu, se apresentou e já ficou conosco. Na época não cobrávamos pelas aulas de capoeira, apenas queríamos ter “ alunos”, ensinar o pouco que sabíamos, só que com o tempo isso tomou grandes proporções. Usávamos cordas de sisal, alguém deu a ideia de usarmos uma corrente, enfim, queríamos ter algum tipo de corda segurando as calças e acabamos optando pela cor vermelha, até pelo contraste sobre a calça branca.
Na minha vida de capoeira, tive a oportunidade de conhecer 28 países, várias cidades da França e até hoje, enquanto minhas pernas puderem aguentar, vou indo pelo mundo, ensinando e passando minha experiência aos mais novos e assim cumprindo meu compromisso com meu grupo e com meus amigos Mestres.
Na minha vida de capoeira, tive a oportunidade de conhecer 28 países, várias cidades da França e até hoje, enquanto minhas pernas puderem aguentar, vou indo pelo mundo, ensinando e passando minha experiência aos mais novos e assim cumprindo meu compromisso com meu grupo e com meus amigos Mestres.
Aulas - Clube Olímpico, Rua Pompeu Loureiro 116, Copacabana. Segundas, quartas e sextas às 19 horas.
Email para contato [email protected]
Website: Capoeirasenzala.net
Email para contato [email protected]
Website: Capoeirasenzala.net